A água não sai das torneiras e a crise chega com proporção de enchente

 

A falta de água e de recursos no Brasil é um problema que até pouco tempo não era levado a sério por parte de autoridades ou então era algo que acontecia e se fazia que não via. Mas 2015 é o ano de mudanças financeiras importantes, com reajustes em tarifas e economia para todos os lados e a crise da água não pode mais ficar em segundo plano, especialmente porque se concentra nos maiores centros urbanos do País, São Paulo e Rio de Janeiro.

Além de afetar a vida de pessoas diretamente, as indústrias, empresas e até o comércio está sendo afetado, uma vez que é preciso se reinventar para atender as demandas, antes diárias. Com a falta de água, também temos problemas com as hidrelétricas, portanto o abastecimento de energia elétrica também oscila, trazendo mais um gargalo de produção. As empresas ficam menos produtivas e com isso passam a perder clientes ou ter prejuízos maiores, já que precisam investir mais para manter o mesmo padrão, sem que isso afete no preço final.

Essa crise se dá, em grande parte, pelo crescimento desordenado das cidades e pela falta de planejamento dos estados brasileiros, além da falta de consciência e conhecimento dos consumidores em desenvolvimento sustentável. Hoje a Agência Nacional de Águas busca investir R$ 5,6 milhões para financiar projetos de proteção de mananciais e pagamento de serviços ambientais, com o intuito de tentar recuperar o que foi perdido nesses muitos anos de desordem, uma vez que uma parcela do problema está em áreas de afluentes que viraram moradias irregulares, além de pastos.

Há muitos anos se sabe que o nordeste do país sofre com períodos de seca, porém hoje essa situação se transportou para outros locais do país. Em São Paulo a crise está tamanha que estuda-se um planejamento de rodízio de água, com possivelmente 5 dias de seca para 2 de abastecimento. A grande questão é que existem serviços que não podem ficar sem água, como os hospitais, postos de saúde, escolas, então seria preciso uma medida um pouco menos radical, sem contar que as cidades e as empresas de abastecimento, ainda não estão preparadas para esse sistema de rodízio. Os restaurantes estão desembolsando mais dinheiro com a contratação de caminhões pipa dia sim e dia não. Prefeitos de 30 cidades pedem um comitê de crise, que estabeleça medidas a serem adotadas, que consigam se sustentar com a quantidade de chuvas.

Em Santa Catarina ainda não se estabeleceu uma crise, porém os reflexos do aumento de turistas no verão causam restrição freqüente no serviço de distribuição de água. Isso comprova que se houver uma debandada coletiva dos grandes centros para outras cidades o problema não ficará solucionado, pelo contrário, só trocará de endereço. É preciso que sejam estabelecidas medidas de gerenciamento emergencial de crise, além de um planejamento futuro.

Nos Estados Unidos, a Califórnia conseguiu economizar com uma política que visa evitar desperdícios, com multas para as pessoas que passarem da cota diária. Além disso, existem políticas de rodízio para regar plantas e outras possíveis saídas. O grande passo é cada um se conscientizar do problema e adotar as pequenas economias, como fechar a torneira para escovar os dentes, ensaboar todas as louças e só depois abrir a torneira para lavar, banhos mais curtos e medidas de reaproveitamento da água, usando a criatividade. Além disso é preciso que as cidades desde agora planejem investimentos para tratamentos eficazes de esgoto, fazendo com que esses dejetos sejam totalmente purificados e devolvidos para as torneiras, porém são demandas que requerem recursos financeiros elevados, que já afetam outro vespeiro.

Dr. Luciano Duarte Peres é especialista em direito financeiro, presidente da Comissão de Direito Bancário do Instituto dos Advogados de Santa Catarina e presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor Bancário

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