A inflação aumenta, o consumidor retrai e a solução é comer frango?

Nossa inflação aumentou mais uma vez. Em setembro o índice IPCA, que é o oficial de inflação no país acelerou pelo segundo mês consecutivo e no mês de setembro chegou a 0,57%, em agosto esse valor estava em 0,25%.

Em 12 meses acumulado o IPCA voltou a superar o teto meta do governo (se manter em até 6,50%), com uma taxa de 6,75%. Essa é a maior taxa desde outubro de 2011, quando chegou a 6,97%. Segundo o IBGE entre janeiro e setembro a inflação subiu em um ritmo de 4,61%. Esses dados superaram todas as expectativas e todas as previsões de instituições do mercado financeiro e consultorias .
Mostrando que os consumidores estão mais retraídos o número de pessoas que buscou crédito em setembro recuou em 1,6%, quando comparado com o mês de agosto, e a demanda teve queda de 3,6% no acumulado de janeiro a setembro desse ano.

Como a inflação veio acima do esperado pelos economistas e foi puxado principalmente pela alta de alimentos e de energia elétrica a grande solução do Ministério da Fazenda foi que as pessoas troquem a carne bovina por frango. Lembram da época em que o tomate era culpado por todos os problemas de inflação do país, saindo da mesa dos brasileiros? Agora é a carne bovina, como se nada tivesse a ver a situação de insegurança que 2014 está gerando ao mercado financeiro e aos consumidores. Pare para pensar: a solução é realmente tão boa assim? É como trocar 6 por meia dúzia, já que o frango e a carne suína também sofreram aumentos, mas menores.

Uma das possíveis explicações é que setembro normalmente é um período de inflação mais elevada e que esse ano tudo foi agravado devido a seca em algumas regiões. Essa estiagem elevou o valor de algumas lavouras e principalmente da criação de gado que subiu 3,17% no mês passado, por isso a inclusão do frango como possível salvação. A energia elétrica teve alta de 13,19% no ano, sustentando a hipótese de que não é apenas o mês de setembro o responsável pelo crescimento nos valores. O governo deveria manter preços regulados de energia e combustível, com a desculpa de que isso conteria a alta da inflação, mas pelos dados prova-se que essa hipótese não se sustenta. Na verdade a inflação se controla com redução de custos de produção, aumento nos investimentos e também qualificação dos profissionais.

*Dr. Luciano Duarte Peres é especialista em direito financeiro e presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor Bancário

Avatar Estrutura de Comunicação

Por

Estrutura de Comunicação

Estratégias Digitais Integradas


Somos especialistas em comunicação digital completa para a sua empresa ter ainda mais valor.


Receba conteúdos especiais

Assine nossa
newsletter

Preencha os campos abaixo